Toda empresa tem uma história de origem. Pode ter começado em uma garagem, em uma mesa de bar ou com uma ideia que surgiu durante uma crise pessoal. Mas nem todo empreendedor percebe o valor estratégico que essa narrativa tem para fortalecer a identidade da marca e gerar conexão real com clientes e parceiros. Em um mercado cada vez mais competitivo e impessoal, histórias autênticas ainda fazem toda a diferença.
Empresas como a Amazon, por exemplo, resgataram recentemente em campanhas a imagem de Jeff Bezos embalando pacotes em sua garagem. Isso não é nostalgia — é estratégia. Ao reforçar sua origem simples e sua jornada de crescimento, a empresa cria uma ponte emocional com o público, mostrando que grandes negócios também nascem de ideias simples, desde que bem executadas. O mesmo acontece com marcas brasileiras como a Natura, que revisitou sua fundação nos anos 60 para destacar seus pilares de propósito e inovação.
Para pequenas e médias empresas, esse tipo de storytelling pode ser ainda mais poderoso. Ao contrário das grandes corporações, negócios menores têm histórias mais próximas, humanas e acessíveis — exatamente o que o consumidor moderno busca. Contar como surgiu a primeira venda, as dificuldades do começo ou o “momento de virada” não é sinal de fragilidade, mas de autenticidade. É uma forma de criar empatia e construir confiança.
Se você nunca contou publicamente como sua empresa nasceu, talvez esse seja o momento ideal. Reescreva essa narrativa com clareza, verdade e emoção. Mostre de onde você veio, o que aprendeu e por que isso importa para quem compra de você hoje. Sua origem é mais do que um capítulo passado — ela pode ser um ativo estratégico no presente e uma bússola para o futuro.
Débora Contato é sócia da DeContar Storytelling, membra Rne, e networker nata